Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

terça-feira, 10 de março de 2015

Ao vejante



O que se quer ver,
Veja!
Veja o que se quer ver!
Mas seja
Capaz de alvejar.

Do corpo fechado das letras que mostravam demais




Li o corpo fala,
E o meu ficou mudo,
Nunca mais pus o cabelo
Atrás das orelhas,
Cruzo as pernas raramente,
Só depois de me certificar que
Meus pés não apontarão pra ninguém,
Tantas vezes queria cruzar os braços
E desfaço esse embaraço,
De semiótica
Ditadurista
Olhar pra cima querendo atravessar o muro?
Nem pensar!
É olho cabisbaixo, ou reto-duro.

sábado, 7 de março de 2015

A retardada pulsante



Eu já estava lá fazendo blues com nossa briga,
Você queria mais briga, você queria me deixar,
Mas não dizia claramente que queria...
Eu não sabia se te ajudava ou se corria,
Tudo formando uma coreografia muda,
Sem que mudasse coisa alguma.
Derrubei na mesa de sinuca o vinho barato,
E antes que as baratas viessem, você não sabe...
Lá estive a chorar no feltro manchado.
Garçom, Vodca alveja o coração?