Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Depois da padaria, na pradaria

O meu peixe deslizava por sua água led-blue...
A minha samambaia focada em seu verde vibrante...
E minha nuvem acinzentada, lá estava ela, posta sem vento algum,
Como ousa tapar minha vitrine de sonhos?
Então, eu não apontei o dedo por ali.
Sofro da intoxicação deste ver-te e vender-te cigarros,
Quando poderiam existir sonhos mais libertos...
Pague-me, mas a você? Devo os meus olhos baixos.
Vá calopsita, trate de aprender assoviar: Patience, Peer Gynt.
Em nosso verde real, ninguém queima nossos sonhos.



quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Noite pró fama

Abana, boceja, abana, que drama,
A dama; prostituta política,
Não sabe quem está bandeirando...
Enrolando, segue cantando, gozando.

Se sente sede, fome ou dores no calcanhar?
Eles não sabem... Segue seu estado, não reclama
Empunha a espada na cintura,
Quer dizer, o pauzinho duro e morto de dia

Seu Pinóquio
Leve o pau fora da bandeira
Que a noite inflama, insana, insana...




segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Os opostos gemem nos polos



Bem... Ele queria me dar o mundo?
Eu só queria respeito,
Como a certeza sensitiva dum membro amputado, insiste...
O desprezo bate à minha porta,
Entre, fique, me proteja de ser tola.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Bloody Mary

Como se faz a um copo plástico descartável,
ajustei a borda entre os dentes, amassei-o, joguei fora.
Como se faz a uma latinha mal aberta,
cheia de farpas metálicas, cortei minha língua fora.


Pus, gelo, telescópio.