Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O pouso do pelo



Um pelo ruivo
Pousa em minha roupa preta,
Eu o admiro por instantes,
Esta estrutura ainda parece viva,
Começo meio e fim, brilhante.
Nasceu e morreu me amando,
Talvez, devesse o guardar em um cofre,
E se tudo um dia terminasse,
Teria algo incorruptível para confirmar,
Com o seu DNA, ele me diria:
Nasci e morri amando você.
Mas a barba continua a crescer,
A ser raspada, a ir pelo ralo,
A célula morta esfoliada...
E eu não sei se os próximos me amarão...

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