Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

PEITO PORTO



Existe uma relação inexplicável
Entre meu colo e seus cabelos
Entre a circunferência do teu céu
E o espaço apical dos meus seios
Atraída pro buraco entre nossos travesseiros
Vendo tua cabeça encolhida nesse berço
Odor! de castanha pro seu de guaraná
Oh dias, que não sabe bem o que ali faz
Noutros, somos crianças buscando travessos
Matar toda a fome em busca de paz
Por serem apoios macios, vai ficando mais
E cada vez mais, neles eu te mergulho...
Saio de mim, perco as forças, flutuo
Entrego tudo a você até me esquecer
Que só quando se sente frágil e inseguro
Capacita-se desancorador na calmaria do cais.


(Jefferson Moura e Enia Celan)

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