Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Homem comum




Dos Homens?
Não olho
Seus abdomens
Nem o tamanho
Das suas mãos
Não olho
Suas nádegas
Seus carros
Não me apego
As suas provocações
Não sinto perfume
Porque já me decidi
De tão longe...
Pelas costas largas
Pelos no rosto
Jaquetas de couro
Sou eu que escolho!
Pelo sexo de acordes
Sem cordas nem notas
Num acordar com graça
Num meio sem graça
Nú, anota o telefone
Despede-se
Não vai ligar...
Depois de alguns dias
Pari um objeto látex
Ele por fim me procura
Não estou encontrando...
Já sei, Já se foi...
Eu já pari! A coisa toda
Zarpou-me com a tripulação

0 comentários :

Postar um comentário