Quando a poesia é a sua única arma —
Ame-a
Empunhe no peito, na cabeça, mas não a tire.
Deixe-a causar dentro de si leves tormentos,
Palpitações noturnas, ansiedades diurnas...
Mas a poesia deve ficar, sangria e arredia.
Sinta o prazer de ouvir esta louca todo dia
Gritando por todo ar que respiras:
— Corra para o seu instrumento
escrevedor!
Não digas jamais: saias de mim poesia!
Viva este sonhar acordado sem retorno,
Se não sabe quem és, escrevas o que quer.
Dedique, rime, não rime, suplique, rasque.
Amanhã? Não tem, já teremos sido outrem,
O sentimento ruim saiu... O bom multiplicou.
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