Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Ame a poesia



Quando a poesia é a sua única arma Ame-a
Empunhe no peito, na cabeça, mas não a tire.
Deixe-a causar dentro de si leves tormentos,
Palpitações noturnas, ansiedades diurnas...

Mas a poesia deve ficar, sangria e arredia.
Sinta o prazer de ouvir esta louca todo dia
Gritando por todo ar que respiras:
Corra para o seu instrumento escrevedor!

Não digas jamais: saias de mim poesia!
Viva este sonhar acordado sem retorno,
Se não sabe quem és, escrevas o que quer.

Dedique, rime, não rime, suplique, rasque.
Amanhã? Não tem, já teremos sido outrem,
O sentimento ruim saiu... O bom multiplicou.

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