Havia uma cortina maligna ali, um portal obscuro, primeiro entrei com as mãos, depois arrastei os pés, não sabia bem porque precisava retornar, mas precisava, cada canto daquele lugar... Em queda livre, mas agora devia ser pra enfrentar os meus medos, era como visitar a casa dum feiticeiro que perdeu a magia. As paredes ainda queriam me engolir, mas eram tão mais velhas, rachadas e sujas.
O abandono mora ali, não importa quanto tempo passe, sei que o abandono mora ali. Um certo demônio desenhado a carvão pelo chão não me impediu de dar um último passo aos fundos — Vamos para o meu escritório! Quase pude ouvir. Caro Well, se te fiz algum mal, explique-me porque aquela babosa em flor foi a coisa mais bela que ali vi.
sábado, 22 de novembro de 2014
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
pare, esqueça e não perturbe
eu aprecio aquele silêncio
que vem do íntimo
aquele reflexivo que diz
siga ou pare
esclareça ou esqueça
perturbe ou não
eu aprecio aqueles seres cheios de luz
tão atônitos a tudo quanto podem
mas eu sou o gato negro das sombras
a ave careca do cume
quando você já lidou com todos os medos que podia
o que sobra?
a sombra...
mas o só acreditar em si
não deve ser confundido ao egoísmo
às vezes
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Doença venérea
Eu teria te comprimido em meu mundo de cristal com coisas
perfeitas,
Eu o agitaria todo dia pra assistir a neve caindo em sua
cabeça...
Mas minha compreensão te deprime,
E tudo que vem dela te reprime, você queria algo difícil...
Eu pensava que era filosofia, eram brigas...
As histórias acabaram tão antes de começarem as novas.
A lua cheia ainda cresce em minha cabeça,
Na vida passada, meu cavalo fodia com o seu!
Esta é nossa estúpida ligação,
Só esteve dentro de mim, feito doença venérea.
Ame a poesia
Quando a poesia é a sua única arma —
Ame-a
Empunhe no peito, na cabeça, mas não a tire.
Deixe-a causar dentro de si leves tormentos,
Palpitações noturnas, ansiedades diurnas...
Mas a poesia deve ficar, sangria e arredia.
Sinta o prazer de ouvir esta louca todo dia
Gritando por todo ar que respiras:
— Corra para o seu instrumento
escrevedor!
Não digas jamais: saias de mim poesia!
Viva este sonhar acordado sem retorno,
Se não sabe quem és, escrevas o que quer.
Dedique, rime, não rime, suplique, rasque.
Amanhã? Não tem, já teremos sido outrem,
O sentimento ruim saiu... O bom multiplicou.
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