Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Núpcias

Fecho o teu requeijão, vou pra cama, como tua banana porque também é minha, nosso balde de champagne virou lixo de pia, lembrou-me de nossas núpcias; estávamos cansados, o vestido era pesado, encontraríamos um colchão a pouco e se tornou a muito; você pulou a enxurrada deixou cair a chave da casa, estávamos trancados na garagem as 2 da manhã, sem telefones, não sabíamos ainda se o nome do vizinho era Milton ou Nilton, do portão víamos nosso objeto brilhante através da água indo embora aos poucos, você gritou a todo esforço “Seu Nilton” mas era Milton, mas ele acordou, depois das primeiras frustrações casados, me fez tão feliz encontrar no quarto nosso futuro lixo de pia, outrora vendido no mercado como cachepô barato. Contamos nosso dinheiro de gravata e dormimos em paz.

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