Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

domingo, 15 de junho de 2014

O Cientista



   O que quis da vida se não que você quebrasse o meu pescoço, assim de repente... Chorasse sobre o meu corpo lágrimas dum crocodilo tortuoso. Quis que você pisasse no calo que eu não tenho, e eu gritaria de dor tão fortemente, que você constrangido; arrumar ia-me um momento. Quis que a pomba gira te fizesse dançar pra mim. Quis que você fosse o bobo por um momento, mas você continuou sendo o cientista que nada sabia das coisas bobas do amor. Eu continuei dando amor a quem houvera de merecer, e nada entendi das coisas bombas da ciência.

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