Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Canção a Gal

O meu café doce e gelado, porque fervendo é veneno,
O meu rosto colado no que eu só chamo de meu amor (só eu)
Pintando retratos no escuro — O cego que pode ver!
Me refaça o contrato, pra eu não lhe perder

Por acaso sou só minha, só minha, sominha
Por acaso sou sozinha, sozinha, sozinha.

Evitando os espaços, os espasmos, a luz,
Recompondo os pedaços, enlitrando o sangue de Jesus,
Dirigindo o fracasso antes de bebe,
Me refaça o contrato, pra eu não lhe perder

Por acaso sou só minha, só minha, sominha
Por acaso sou sozinha, sozinha, sozinha.

0 comentários :

Postar um comentário