Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

sábado, 4 de janeiro de 2014

Aversão

Eu que venho desfrutando de hipócritas, fofoqueiros e loucos...
Que carma devo?
Porque quando se é indiferente, logo taxam
— deve ser depressiva,
Quando se é amigo, logo comentam
— é interesse,
Se aguenta tudo por longas horas, a ansiedade é que destrói,
Minhas orelhas pegam fogo meu amor,
Eu sou o próprio demônio de orelhas-chamas.
Se eu prefiro ficar em casa estudando, deixe-me.
A física há de me explicar algum dia
O universo dentro do meu universo.
Por hoje, ela me joga mangas verdes...
Por amanhã, peço a um Deus que escorregue nas podres.


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