Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

VERMELHO

Pintei a boca tão puta, pintei as patas, 
Escolhi a dedo um vermelho escarlate, 
Em meio a minha melhor cachaça, 
Ser condenada a viver tão natalina... 
Passe aqui e pendure a sua desgraça! 
Sinta esse meu cheiro de borracha! 
Vou inflando... Como me enche o saco! 
Despido, trêmulo e mole  O que te fiz?! 
Convence-me, mas não me amordaça? 
Guarda teu mistério em discografia, 
Digo moço, que tudo isso eu já sabia, 
Trepes e não me pergunte onde enfia. 
04/09/11
(Em memória de ...) 

1 comentários :

José Alves disse...

Um belo poema.

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