Os dias são outonos: choram...choram... Há crisântemos roxos que descoram... Há murmúrios dolentes de segredos... Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, o meu amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!

-Florbela Espanca-

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A Vida Desvivida

O que quero da vida se não vê-la passar
Deslizando gorda e doce sobre os falsos,
Quero a melancolia de um sol em minha cabeça
Relatividade, realidade; sem raciocínio...

O que quero se não que nós nos extingamos
Nostalgicamente num sono sem volta
Deixando o mundo de volta pras suas pedras,
Os insetinhos cavando suas casas sem os gigantes,

Passarinho fazendo ninho em antena de TV,
Quero a galinha chocando nossa privada,
Cheiro de flores... Bonsais sem podas.

Guardando a chaves minha utopia bucólica
No meu olhar macio e lento, na minha desvontade
Sonhando com uma vida desvivida.

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